domingo, 4 de dezembro de 2016

Transtorno Alimentar na infância

Olá pessoal!!!

Nesta sexta-feira que passou, dia 28 de outubro, a modelo Carolina Bittencourt liderou uma passeata contra a anorexia intitulada "Marcha das Famintas". Muito legal a iniciativa. No mesmo dia, ouvi pelo rádio sua entrevista na rádio Joven Pan, contando um pouco da sua motivação, citou estudos e falou sobre transtornos alimentares. Citou também uma das meninas internadas no HC com anorexia, com apenas 8 anos. Isso é muito, muito triste!
Transtornos alimentares são assuntos tristes, às vezes obscuros. A falta de informações podem piorar ou "deixar de previnir" alguns casos. Pensando nisso, convidei uma colega nutricionista para escrever um texto aqui pra gente! Fique à vontade Ana Carolina!!



Prevenção conjunta de obesidade e transtornos alimentares na infância e na adolescência: é possível?
            Nos dias de hoje, a obesidade tem ocupado lugar de destaque na mídia e na ciência. A questão é ainda mais preocupante quando se trata de crianças e adolescentes, por isso existem inúmeras estratégias de prevenção de obesidade nessa faixa etária. Só que existem outros problemas relacionados ao peso corporal que muitas vezes acabam sendo esquecidos ou subestimados: os transtornos alimentares.
            Transtornos alimentares são doenças psiquiátricas caracterizadas por profundas alterações no comportamento alimentar e nos comportamentos que visam controle de peso e forma corporal, levando o organismo a um funcionamento debilitado e inúmeras complicações. Os transtornos alimentares incluem a anorexia nervosa, a bulimia nervosa e os transtornos alimentares não especificados.  Sua etiologia é multifatorial, ou seja, são originados através da interação de vários fatores, não se tem uma única causa. Alguns destes fatores incluem a predisposição genética e a história familiar de transtornos psiquiátricos, a valorização do ideal magro de beleza e a prática de dietas.  Nas crianças e adolescentes, complicações comuns destas doenças incluem prejuízo no crescimento, retardo na maturação sexual e ausência de menstruação nas meninas, prejuízos dentários, constipação ou diarréia, cansaço e alterações cardiovasculares.
            É importante que os pais e familiares estejam atentos a alguns sinais típicos que podem indicar a presença de transtornos alimentares, pois raramente a criança ou adolescente vai se queixar disto, afinal, acreditam que devem fazer de tudo para serem magros. Estes sinais incluem: prática de dietas e restrição de alguns alimentos que antes eram aceitos; perda de peso sem motivo aparente; queda acentuada de cabelos; ausência de crescimento;  recusa em sair de casa e se alimentar junto com a família; atitudes negativas em relação ao peso atual; beber muito líquido nas refeições e com isso comer pouco; ir frequentemente ao banheiro logo após se alimentar. Caso notem esses comportamentos e atitudes, os pais devem buscar ajuda especializada.
Prevenção conjunta de obesidade e transtornos alimentares: é possível?
Sim! Estudos atuais dizem que a prevenção conjunta de obesidade e transtornos alimentares não só é possível como é desejada. Algumas estratégias de prevenção incluem:
1. Desencorajar a prática de dietas. Ao invés disso, encorajar e favorecer uma alimentação saudável, em que não existem alimentos “permitidos” e “proibidos”, e encorajar também a prática de atividades físicas que as crianças e adolescentes gostem. Como já foi dito, dietas são fatores de risco para transtornos alimentares e podem levar ao ganho de peso a longo prazo, já que aumentam o risco de compulsão alimentar.
2. Promover uma imagem corporal positiva. Precisamos parar de achar que a insatisfação corporal é uma boa motivação para a mudança. Pense num carro: se você gosta dele, você cuida, dirige com cuidado, faz revisões frequentes... Já quando você não gosta do carro, nada disso é feito, certo? O mesmo vale para o nosso corpo. Enquanto eu não respeitá-lo e valorizá-lo, o mínimo que seja, não terei motivação e prazer em cuidar dele (me alimentar de forma saudável, praticar exercícios que me façam sentir bem...). Os pais devem ser o exemplo de como manter uma imagem corporal positiva, e isso significa, por exemplo, parar de fazer comentários depreciativos sobre o próprio corpo e sobre o corpo dos filhos.
3. Encorajar a realização de refeições em família. Quanto mais frequentes e mais agradáveis, melhor. Pesquisas recentes mostram que o hábito de comer em família está relacionado a um melhor consumo alimentar em adolescentes, além de ser um fator protetor para alimentação transtornada e para comportamentos extremos de controle do peso.
Importante ressaltar que um estilo de vida saudável deve incluir comportamentos que conseguimos manter a longo prazo, mudanças radicais e temporárias não são positivas. Além disso, crianças aprendem a partir de exemplos, então os pais devem acima de tudo melhorar a sua própria atitude diante da alimentação e do corpo para poderem efetivamente beneficiar seus filhos.

            Ana Carolina Pereira Costa é nutricionista clínica e atua na equipe de Nutrição do Ambulatório de Bulimia e Transtornos Alimentares do Hospital das Clínicas de São Paulo (AMBULIM – IPq – HCFMUSP). É colaboradora do Grupo Especializado em Nutrição e Transtornos Alimentares (GENTA) e associada da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO). É nutricionista voluntária da ADJ/Diabetes Brasil e autora do blog “O corpo é meu!” (http://ocorpoemeu.blogspot.com/). 
Fonte: http://nutricionistainfantil.blogspot.com.br/2011/10/transtorno-alimentar-na-infancia.html

Conheça os 10 princípios do comer intuitivo

Comer com atenção plena é saber conhecer os sinais de fome e saciedade


As americanas Evelyn Tribole (convidada internacional do 2º simpósio de Nutrição Comportamental) e Elyse Resch falam sobre a importância de comer em resposta aos sinais de fome e saciedade, de se permitir comer qualquer alimento e de se alimentar principalmente por razões físicas. Autoras do livro Intuitive Eating, elas propõem 10 princípios para o que chamam de comer intuitivo.


1) Rejeite a mentalidade da dieta
Esqueça livros de dieta e artigos de revista que ofereçam a falsa esperança de perda de peso rápida, fácil e permanente.
2) Honre sua fome
Mantenha seu corpo alimentado com energia suficiente. Se deixar atingir o ponto máximo da fome, todas as tentativas de moderar e comer conscientemente podem se tornar ineficazes.
3) Faça as pazes com a comida
Se você disser que "não pode" ou que "não deve" comer determinado alimento, isso poderá intensificar os sentimentos de privação e gerar vontades incontroláveis. Esse tipo de comportamento costuma levar a compulsões alimentares.
4) Desafie o "policial da comida"
Diga "não" aos pensamentos que falam que você é "bom" quando come o mínimo de calorias ou "ruim" porque você comeu um pedaço de torta de chocolate. Espantar o "policial da comida" é um importante passo para se reconectar com o comer intuitivo.
5) Respeite sua saciedade
Escute quando os sinais do seu corpo disserem que você ainda não está satisfeito ou o contrário. Pare na metade da refeição e se pergunte qual é o sabor da comida e como anda o seu nível de saciedade.
6) Descubra um momento de satisfação
Quando você come o que realmente quer, em um ambiente convidativo, a satisfação promovida se tornará uma força poderosa na percepção da saciedade e do contentamento.
7) Honre seus sentimentos sem a comida
Encontre maneiras de alívio, estímulo, distração e resolva seus problemas sem usar a comida. Ansiedade, solidão, tédio e raiva são emoções que todos nós vivenciamos ao longo da vida. Cada uma delas tem seu próprio início e fim. A comida não consertará nenhum desses sentimentos.
8) Respeite seu corpo e aceite sua genética
Fica muito difícil rejeitar a mentalidade de dieta se você tem expectativas fantasiosas e é extremamente crítico com relação a sua forma corporal. Respeite-a e, então, você poderá se sentir melhor consigo mesmo.
9) Exercite-se
Seja ativo e sinta a diferença. Mude o foco para como você se sente movendo o seu corpo, em vez de quantas calorias você gasta fazendo o exercício. Se, quando você acorda, a sua única meta é perder peso, não haverá motivação suficiente para sair da cama.
10) Honre sua saúde
Usar os conhecimentos nutricionais de forma flexível permite que você faça escolhas alimentares que honrem sua saúde enquanto faz você se sentir bem. Ninguém precisa de uma dieta perfeita para ser saudável. Você não ficará repentinamente com alguma deficiência nutricional, ou ganhará peso em um único lanche, em uma única refeição, ou em um único dia.
Fonte: http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/vida/noticia/2015/07/conheca-os-10-principios-do-comer-intuitivo-4799204.html 

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Por que precisamos fazer as pazes com a comida

Estratégia da nutrição comportamental busca, por meio de mudanças de comportamento, tornar menos conflituosa a relação com a comida e promover maior adesão a uma alimentação saudável


Se assumimos um casamento com a comida antes mesmo de nascer, em contrato de "até que a morte nos separe", não faz sentido que essa seja uma relação conflituosa, de neurose, fobia e angústia. Ao acreditar que é preciso retomar o prazer em comer e incentivar nutricionistas a adotarem técnicas mais eficientes que guiem as pessoas rumo à tomada de consciência sobre a relação que estabelecem com a alimentação, foi lançada no Brasil a estratégia Nutrição Comportamental.

Segundo a iniciativa, idealizada pelo Grupo Especializado em Nutrição, Transtornos Alimentares e Obesidade (Genta) e a Equilibrium (empresa com foco em comunicação em saúde e nutrição e qualidade de vida corporativa), ambos de São Paulo, existe um paradoxo de que, quanto mais tipos de dietas surgem, mais os índices de obesidade e sobrepeso crescem. Um dos motivos seria porque a capacidade de o paciente aderir a uma orientação alimentar tem sido prejudicada pela falta de atenção ao comportamento que ele tem em relação à comida.
Para Cynthia Antonaccio, nutricionista fundadora da Equilibrium, a alimentação diz muito sobre quem nós somos, o que vivemos e nossas experiências prévias:
— Por isso o nutricionista precisa de habilidades de comunicação para enxergar essa pessoa como um ser holístico, que tem medos, históricos, relacionamentos difíceis.
No mundo todo, 39% das pessoas com mais de 18 anos estão acima do peso, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A nutricionista Marle Alvarenga, mestre e doutora em Nutrição Humana Aplicada pela Universidade de São Paulo (USP) e uma das coordenadoras do Genta, pensa que esse cenário não vai mudar enquanto as pessoas continuarem adotando dietas restritivas e de prescrição do tipo "faça isso", "não faça aquilo".
O conceito não é exatamente novo. Com larga experiência no tratamento de transtornos alimentares, em que o pode ou não pode é ineficaz na conduta, Marle e Cynthia perceberam que algumas estratégias poderiam ser usadas com outros pacientes e, dessa forma, aumentar a adesão deles a um comportamento saudável mais duradouro.
— O nome (nutrição comportamental) não é exatamente uma criação nossa, mas não aparecia no Brasil dessa forma. Então, algumas pessoas vão se identificar com as técnicas. O que ocorre é que a gente resolveu trabalhar com isso de uma forma mais sistematizada — afirma Marle.
Por isso, o movimento já fez um simpósio no ano passado e se encaminha para o segundo, em 14 e 15 de agosto, em São Paulo, voltado para profissionais da nutrição. Um livro também será lançado até o mês que vem.
A vice-presidente do Conselho Regional de Nutricionistas do Estado (CRN2), Carmem Kieling Franco, também concorda que trabalhar com escolhas junto ao paciente tende a aumentar muito a adesão.
— Nós, do CRN2, entendemos que isso é uma estratégia muito válida e que, via de regra, tende a ser duradoura. Mas temos compreensão de que alguns públicos precisam de estratégias diferentes — pondera, em relação a pessoas que apresentam doenças que dependem de restrições, do "pode e não pode".
O prazer em comer
Imagine aquele pedaço de bolo na comemoração do trabalho, o brigadeiro que só a avó faz ou aquela iguaria típica encontrada na viagem de férias. O que a Nutrição Comportamental prega é que ninguém precisa sair correndo quando dá de cara com esse tipo de delícia. Nem sentir culpa por saboreá-las.
— Nos preocupa muito que a comida se tornou um problema para as pessoas. A gente vai ter de comer até o último dos nossos dias, é preciso que se tenha uma relação adequada com isso — diz Marle.

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Para Carmem, ninguém precisa chegar ao ponto de levar o próprio lanche para um evento, por exemplo:
— Na hora da festa, é pensar o que escolher, o quanto comer.
E isso tudo se trabalha a partir do comportamento, de tentar entender os sinais internos do corpo, o chamado comer intuitivo, um dos pilares da Nutrição Comportamental.
— Comer com atenção plena é saber conhecer os sinais internos de fome e saciedade. Dessa maneira as pessoas começam a pensar no alimento, além das calorias. A autopercepção também é permeada pela sensação do que lhes faz bem ou mal, o que meu corpo pede em um dia frio ou quente, a quantidade que ele precisa quando gastei mais ou menos energia — explica a nutricionista Fernanda Timerman, também coordenadora do Genta e idealizadora do movimento.
Classificação inadequada
Uma grande preocupação dessa linha trata das classificações e listas de alimentos saudáveis ou não, bons ou maus, proibidos ou liberados. Tudo tem de ser pensado individualmente, apostam as especialistas.
— Incomoda esse olhar de hoje para a comida em que as pessoas estão neuróticas, e existem profissionais que fazem essa classificação entre saudáveis e não saudáveis, entre pode e não pode. Existem publicações da Academia Americana de Nutrição dizendo, textualmente, que é errado classificar os alimentos em bons e ruins — ressalta a nutricionista Marle Alvarenga.
A nutricionista Desire Coelho, com experiência em nutrição esportiva, lembra que, nessa nova era fitness, todos querem emagrecer e tem aumentado os casos de transtornos alimentares. Desse modo, a abordagem comportamental permite entender as necessidades de cada pessoa e, se necessário, indicar algum suplemento ou dieta mais prescritiva, saber como orientá-la sem correr o risco de agravar um quadro de risco:
— Sabemos que são raros os atletas que precisam de suplementos ou uma dieta mais restritiva. O importante é saber como abordar cada tema, é um acompanhamento totalmente individualizado.
Fonte: http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/vida/noticia/2015/07/por-que-precisamos-fazer-as-pazes-com-a-comida  
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Causas da obesidade infantil – Respeite a fome do seu filho!

A maioria dos programas de “combate” à obesidade infantil incentiva as crianças a “fechar a boca e malhar”, ou seja, é a responsabilidade da criança reduzir o que ela come e aumentar exercício físico com a ajuda dos adultos ao seu redor. Podemos ver que essa abordagem não tem funcionado, surge também como uma das causas da obesidade infantil, e existem razões para isso.

A criança é vítima do seu meio ambiente. Vamos falar de prevenção e não “combate”

Primeiro precisamos parar de falar de “combate” à obesidade infantil e falar de prevenção. A noção de “combate” pressupõe que a criança obesa de alguma maneira tem uma responsabilidade na situação na qual se encontra. Existe uma estigmatização da criança obesa como sendo preguiçosa e sem nenhuma força de vontade ou disciplina. Isso prejudica muito essas crianças que na realidade estão presas num corpo que se adaptou ao meio ambiente no qual vivem, sem saber o que fazer para mudar a situação. Isso pode até levar essas crianças a sofrer bullying.

Fechar a boca e malhar não funciona

É claro que um mínimo de exercício físico é saudável, mas fazer dieta restritiva (fechar a boca) desregula o cérebro, aumenta o apetite, a obsessão por comer e o comer emocional. Também reduz o metabolismo. O seu cérebro percebendo uma falta de comida, começa a “economizar”. Esses efeitos são ainda mais fortes em crianças que estão em desenvolvimento. Em vez de ajudar a criança com restrições, você estressa o cérebro dela, levando à tristeza, depressão ou mesmo comer escondido, uma das causas da obesidade infantil. O comer escondido não é uma escolha dela, dá muita vergonha e isso é o começo de uma vida de compulsão e relação estragada com a comida, algo difícil de reverter. Hoje sabemos que quase todo transtorno alimentar começa com uma dieta restritiva. Então, basicamente, fazendo dieta a criança entra no caminho de engordar e/ou de desenvolver um transtorno alimentar.
Estudos mostram que adolescentes que fazem dietas aumentam em duas ou três vezes o risco de se tornar obesas quando comparados a outros que não fizeram restrições. Até mais preocupante é o fato do que mostraram um risco de desenvolver um transtorno alimentar aumentado em cinco vezes em caso de dietas restritivas moderadas. Um estudo mostrou que dietas severas (diminuindo calorias ou pulando refeições) aumentam em 18 vezes o risco de desenvolver transtornos alimentares em adolescentes. Na população geral, 95% dos que fazem dieta voltam a engordar em um prazo de 2 anos, muitas vezes para um peso maior ainda. Dos 5% que não engordam, mais do que a metade (3%) têm um transtorno alimentar. Ou seja, é normal fracassar na dieta!

A obesidade infantil é evitável

Apenas alguns casos são geneticamente inevitáveis. A Organização Mundial da Saúde (OMS) é clara sobre isso: a obesidade é evitável, mas é difícil de tratar. Quando estudamos a genética da obesidade vemos que tem mais do que 500 fatores genéticos associados à obesidade. Todos nós temos um pouco de predisposição à obesidade! Quem puxa o gatilho é o seu meio ambiente, estilo de vida, e também o estresse psicológico, medicamentos, desregulamento de hormônios, falta de sono e muito mais. Não é só comer demais e ser preguiçoso!
Tentativas de tratamento com dietas, remédios e cirurgia, não têm dado resultados satisfatórios e têm muitos efeitos secundários. O corpo volta a engordar na maioria das vezes. Porque? Porque a obesidade é uma adaptação do corpo ao seu meio ambiente e quanto mais você agride o seu corpo, mas ele reage engordando!
Hoje está cada vez mais claro e comprovado que devemos enfatizar uma abordagem chamada “mindful eating” ou alimentação consciente. É uma forma compassiva e holística para conseguir-se uma alimentação saudável. Não somente foca nos alimentos que comemos, mas também como comemos e como nosso corpo se sente. Devemos respeitar a fome e prestar atenção à fome e saciedade, conexões emocionais com a comida e os relacionamentos envolvidos em comer. Essa alimentação consciente concentra-se em aspectos positivos e não negativos.

Causas da obesidade infantil – diga não às dietas em crianças

Devemos urgentemente parar de incentivar dietas, é uma questão de saúde pública! Há muitos anos que sou ativista contra dietas restritivas, especialmente em crianças. Fui até chamada na Câmara dos Deputados em outubro de 2013 para participar de um seminário sobre obesidade infantil e meu tema foi “O papel da alimentação no combate a obesidade infantil”. Me coloquei como defensora da criança que é muito mais vítima do que culpada dessa dificuldade do excesso de peso.
Ainda em 2013 fui convidada a fazer um TEDx sobre o assunto e chamei a palestra do “O peso das dietas”. Logo me deparei que não adianta falar sobre crianças se você não muda as crenças dos pais. Finalmente, aceitei uma proposta para escrever um livro “O peso das dietas” para alertar os adultos e desse jeito conseguir ajudar as crianças. Lancei o livro em 2014 e se tornou um best-seller!
Uma notícia sensacional do final de agosto de 2016 foi a decisão da Academia Americana de Pediatria (AAP) de lançar novas diretrizes recomendando a prevenção conjunta da obesidade e de transtornos alimentares em adolescentes. Eles estabelecem de maneira clara que a dieta restritiva é um fator de risco tanto para obesidade, quanto para transtornos alimentares. “O foco deve ser num estilo de vida saudável ao invés de peso” SIM!!
Copio aqui uma tradução das principais recomendações da AAP a pediatras, que são principalmente direcionadas aos pais como agentes de mudança. Pais são incentivados a ser modelos saudáveis, que fornecem acesso fácil a alimentos saudáveis, limitam a disponibilidade de bebidas doces (seja com açúcares naturais ou adoçantes artificias) e oferecem refeições “caseiras” para os filhos. Pais devem ativamente desencorajar dietas. O documento concluiu com diretrizes para a prevenção da obesidade e transtornos alimentares em adolescentes:
  1. Desencorajar dietas, pular refeições ou remédios. Incentivar uma alimentação saudável e atividade física que pode ser mantida no longo prazo. Procurar um estilo de vida e hábitos saudáveis em vez de focar no peso.
  2. Promover uma imagem corporal positiva nos adolescentes. Não encorajar insatisfação com o corpo ou usar essa insatisfação como uma razão para fazer dieta.
  3. Procurar ter mais refeições em família.
  4. Incentivar as famílias a não falar sobre o peso, mas a falar de alimentação saudável e de ser ativo para se manter saudável. Facilitar alimentação saudável e atividade física em casa.
  5. Informar-se sobre uma possível história de bullying e intimidação em adolescentes com sobrepeso e obesidade e abordar a questão em família.
Ninguém sabe melhor do que seu filho o que precisa comer. Ele é dono da sua fome. Não restrinja o seu filho! Respeite a fome do seu filho!
Fonte: https://www.sophiederam.com/br/blog/comportamento-alimentar/causas-obesidade-infantil/
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